O Museu do Holocausto de Curitiba é o primeiro e único museu a tratar sobre o Holocausto no Brasil, o museu é um fruto do trabalho desenvolvido pela Associação Casa de Cultura Beit Yaacov que também é responsável pela sua administração. Começou a receber visitas em fevereiro de 2012 e desde então recebe em média semanalmente 700 pessoas, entre elas grupos espontâneos e estudantes de escolas públicas e particulares.
Como agendar a visita ao Museu do Holocausto de Curitiba?
Todas as visitas ao Museu do Holocausto de Curitiba guiadas ou não devem ser agendadas com antecedência no site, elas ocorrem somente no domingo para o público em geral, durante a semana o museu se dedica principalmente a visitas para alunos de escolas de todo o Brasil, com idade acima de 12 anos. As visitas guiadas ao Museu do Holocausto de Curitiba são todas gratuitas.
Visita Guiada ao Museu do Holocausto de Curitiba – Repleta de história e conscientização
Para entrar no Museu do Holocausto de Curitiba é necessário fornecer o nome e mostrar documento com foto, para ser liberado a entrada, é necessário deixar bolsas, mochilas e câmeras fotográficas em um guarda volume, não é permitido tirar fotos dentro do museu, apenas na praça localizada na entrada.
A minha visita guiada foi em um dia peculiar foram apenas cinco pessoas no grupo, devido a grande procura de escolas, uma visita tinha sido agendada com uma escola do interior de São Paulo e logo após a nossa visita guiada os alunos seriam recebidos. Foi muito interessante pois tive a oportunidade de acompanhar como é o trabalho educativo realizado com os alunos, a maneira como o Holocausto é contato a a eles é totalmente diferenciado, é mais do que passar um número absurdo de vitimas, que vemos em qualquer livro de história é fazer com que cada aluno imagine cada um desses números com uma pessoa, cada número como uma história.
A visita foi guiada pelo coordenador do Museu do Holocausto de Curitiba Carlos Reiss, que é uma pessoa que fala do Holocausto com grande conhecimento e de uma maneira que faz refletir sobre como as atrocidades têm um completo ciclo de perseguição, intolerância e preconceito até chegar a forma mais brutal de violência e extermínio. Durante a visita guiada é contada relatos reais de pessoas que sobreviveram ao Holocausto inclusive a história da avó do Carlos Reiss e de outros sobreviventes que conseguiram chegar ao Brasil e recomeçar uma nova vida.
O primeiro contato com o Museu do Holocausto de Curitiba é a praça com várias pedras no chão que vieram de Jerusalém, o intuito é transmitir o costume judaico de usar pedras como forma de homenagem, algo que diferentes de flores permanece por muito tempo, peças em bronze mostram cenas do cotidiano nazista e são impressionantes nos detalhes, a frase do famoso livro de Anne Frank “Apesar de tudo, ainda acredito na bondade humana” na parede recepciona para o início da visita.
O Museu do Holocausto de Curitiba é muito bem planejado e estruturado, sendo separados por espaços que tratam de um tema determinado do Holocausto, a primeira parte aborda o começo das perseguições, com cartazes nazista e uma pilha de livros representando as fogueiras de livros proibidos mostra o cuidado com cada detalhe, o som de vidros se quebrando deixa o visitante sem conseguir se despender da visita.
A interatividade é uns dos pontos fortes do Museu do Holocausto de Curitiba, umas das partes mais interessantes é uma tela sensível ao toque em que se pode explorar os quatro maiores guetos nazistas, uma outra parte voltada para os Justos, aquelas pessoas não judias que sem receberem nada em troca se arriscaram para salvar os judeus, se pode ouvir a história de alguns desses justos, inclusive uma brasileira, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, esposa do escritor Guimarães Rosa que trabalhava na embaixada do Brasil na Alemanha e emitia vistos e passaporte para judeus quando o governo brasileiro estava restringindo a entrada de judeus no país.
O museu leva o visitante a conhecer sobre a Resistência Judia, pessoas que lutaram nos guetos, ajudaram outros judeus a fugir, resgatavam e se colocavam em perigo para impedir que o regime nazista aumentasse suas vítimas. Um das sessões do Museu do Holocausto de Curitiba é voltado para depoimentos de sobreviventes que se encontram no Brasil e escutar o que cada um passou é de te deixar com uma série de emoções, de indignação e empatia.
A última parte do Museu do Holocausto de Curitiba é uma parede com diversas atrocidades cometidas em todo o mundo e muitas deles que foram cometidas atualmente e até mesmo no nosso país como o Chacina da Candelária e o Massacre do Carandiru isso só pra citar alguns, infelizmente apesar da humanidade tenha presenciado atrocidades como o Holocausto, ainda continua promovendo intolerância e preconceito.
A visita ao Museu do Holocausto de Curitiba, é mais do que uma visita de história é uma experiência única e reflexiva, por mais que tenha lido vários livros e assistidos diversos filmes sobre o tema e até mesmo tendo a oportunidade de conhecer e ouvir o testemunhos de sobreviventes, a visita me levou a entender e compreender aspectos no qual eu nunca parei pra analisar. Não deixe de visitar o Museu do Holocausto de Curitiba em sua passagem pela cidade, ele trata do tema com exclusividade no Brasil e com um grande trabalho de conscientização.
Todas as fotos foram cedidas pelo Museu do Holocausto de Curitiba, não é permitido tirar fotos dentro do museu.
Museu do Holocausto de Curitiba
Localização: Rua Coronel Agostinho Macedo, 248, Bom Retiro – Curitiba.
Visitas: Na semana visitas guiadas apenas para grupos escolares, visitas guiadas para grupos apenas no domingo, as visitas devem ser agendadas pelo site guiadas ou não, quinta e sábado o museu não funciona.
Horário: Segunda a quarta das 08h30 às 11h30 e 14h30 às 17:30; Sextas das 08h30 às 11h30 e domingo das 9h às 12h.
Site: http://sobrevivente.museudoholocausto.org.br/
Nunca ia imaginar que tinha um museu do holocausto no Brasil e, se imaginasse, ia pensar qeu seria por São Paulo ou Rio. Que curioso. Acho que independente do lugar desses museus, a visita é sempre muito impactante. Valeu pela dica
Eu vou sempre a Curitiba, mas esse museu não conheci ainda! Mexeu muito comigo ver as fotos e ouvir seu relato sobre a importância do lugar. A gente lê os livros, vê documentários… mas estar frente a frente com um pedaço dessa história é completamente diferente. Anotei pra visitar quando voltar lá!
Deisy, muito bacana seu post. Eu realmente não sabia que existia um Museu deste no Brasil e acho que ele deveria ter muito mais atenção/reconhecido. É um assunto triste, mas que faz parte da história e que considero muito importante para as próximas gerações. Como dizem, é importante lembrar dos erros, para não repeti-los.
deve ter sido um passeio emocionante Deisy, esse museu se parece bastante ao Museu do holocausto que fui em Budapeste, é triste, mas é preciso que várias pessoas vejam e aprendam com a história!